O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria do Estado de Saúde (Sesau), reforça a dedicação à vida e prevenção contra o suicídio, com o objetivo de reduzir o quantitativo de mortes no Estado. Para isso realizou um evento virtual na sexta-feira (10), coordenado pela Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (Gpes) da Sesau. A palestra on-line foi conduzida pelos psicólogos, Luiz Henrique e Renan Enes, que atuam na Policlínica Oswaldo Cruz, em Porto Velho, que abordaram assuntos referentes ao “Setembro Amarelo”, campanha dedicada à prevenção ao suicídio e à valorização da vida, cujo tema este ano é a “Valorização da Vida: como lidar consigo mesmo e evitar o autoabandono”.
Outra ação realizada pelo Governo de Rondônia foi o projeto “Jovens pela vida”, uma iniciativa da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), em parceria com a Sesau e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), que teve como objetivo propagar a importância da vida e ajudar a juventude que passa por um momento difícil com a saúde mental afetada, por causa da pandemia da covid-19.
“Levar informação, esclarecimento, conscientização e desenvolver a prevenção acerca do fenômeno, é muito importante, pois nove a cada dez mortes podem ser evitadas com um tratamento correto e precoce” explica o secretário da Sesau, Fernando Máximo.
A campanha é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), sem fins lucrativos da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina, que atua desde 2014, para identificar e tratar os riscos que podem levar a pessoa ao ato contra a própria vida, como depressão, bipolaridade, abuso de substâncias ilícitas e transtornos mentais. Ao longo dos anos, escolas, institutos, entidades do setor público e privado organizam campanhas para discutir o problema e dar visibilidade ao tema.
PREVENÇÃO
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estimam que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. No que se refere a tentativas contra a própria vida, a cada três segundos. Há em média de cinco a seis pessoas próximas ao falecido, que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.
No Brasil e no mundo, anualmente, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio, o que corresponde a uma taxa de 11,4% a cada 100 mil para homens e 8,0% para mulheres, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
Noventa por cento dos casos estão ligados à depressão; doença que se manifesta por sentimentos constantes de tristeza profunda, apatia e perda de interesse, afetando consideravelmente a vida pessoal e profissional do indivíduo.
O psiquiatra Ivo Lauro Dickow, do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (Hbap), salienta que o comportamento suicida divide-se em três partes: “O primeiro passo começa com o pensamento em tirar a própria vida, o segundo, a tentativa de suicídio e o terceiro a consumação do ato”.
A pessoa que pensa em tirar sua vida, acredita que não existem soluções para seus problemas e, normalmente, dá sinais de um desequilíbrio emocional, que pode passar despercebido por familiares e amigos.
TRATAMENTO E AJUDA
Por meio do Centro de Valorização da Vida, que busca realizar o apoio emocional e prevenção ao suicídio, atende pessoas que precisam conversar, de forma voluntária e gratuitamente, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat disponível 24 horas.
Uma jovem de 18 anos que não quis se identificar, relatou como era sua vida antes da ajuda desses profissionais. “Tentei o suicídio duas vezes. Ainda não estou curada, mas tenho trabalhado nisso com a ajuda da minha psicóloga que mudou minha mentalidade e transmitiu muita segurança para continuar”, conta.
O psiquiatra Ivo Lauro Dickow, explica como o tratamento pode abrir portas para uma nova vida. “Quando a pessoa aceita o tratamento, ela começa a entrar em contato consigo, com sua problemática e descobertas com seu corpo. A população que realiza o tratamento apropriado de saúde mental, encontra oportunidade de fazer mudanças em sua vida, de se transformar e evoluir”, pontua.
Para quem precisa lidar com depressão, transtornos psíquicos e traumas, pode encontrar ajuda especializada no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), na Diretoria de Serviço Social da Polícia Militar de Rondônia e na psiquiatria do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro, em Porto Velho.