O depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques, nesta terça-feira (17.08), na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, desmontou a tese da oposição de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, teria adulterado dados sobre as mortes por Coronavírus no Brasil. A afirmação é do vice-líder do Governo no Congresso, Marcos Rogério (DEM/RO). Ao responder questionamento feito pelo senador, o servidor público confirmou que o documento, não oficial, feito por ele, sobre supernotificação das mortes por Covid, não sofreu qualquer alteração de conteúdo. E, que, o que constava de diferente do documento original, eram apenas grifos e a inclusão da expressão “Tribunal de Contas da União” no cabeçalho da página.
Alexandre Marques contou ainda que o levantamento feito por ele foi compartilhado apenas com colegas de trabalho e com seu pai, Ricardo Silva Marques, responsável por encaminhar o ensaio ao chefe do Executivo Federal. “Pegaram uma fala, fora de contexto, do presidente para tentar atribuir a ele a manipulação de um documento, um ensaio. Ou seja, isso desmonta a tese da oposição. O documento repassado era o mesmo, em conteúdo, do feito pelo servidor, com a diferença do nome do TCU no cabeçalho e dos grifos. É que, às vezes, na busca de se tentar atribuir um crime ao presidente Jair Bolsonaro, os acusadores se antecipam para tentar forjar prova onde não tem prova. Ora, chegaram a falar que o documento foi falsificado na Presidência da República”, criticou Marcos Rogério.
O senador lembrou que a Controladoria Geral da União está averiguando o caso relacionado à supernotificação das mortes por Covid no Brasil, o que mostra que o Governo Federal não teme qualquer tipo de investigação. “Já houve, por parte do presidente, o reconhecimento de que fez uma referência sem cautela, sem se certificar. Não estou dizendo que a divulgação de informações preliminares, em um ambiente como esse, não seja objeto de reflexão e análise. Mas, essa CPI trabalha como se apenas o presidente fosse o responsável por tudo que acontece no tocante à pandemia. Não reconhecem que, se hoje tem vacina chegando no braço dos brasileiros, foi porque o governo comprou e distribuiu”, ressaltou.
Sobre os trabalhos da Comissão Parlamentar, o senador por Rondônia afirmou que membros da oposição erram ao não investigar o que, de fato, precisa ser investigado: o uso dos recursos federais repassados aos estados e municípios para o combate à crise e os casos de corrupção deflagrados pela Polícia Federal nos estados. “A Polícia Federal fez diversas operações no Brasil, prendeu agentes públicos, agentes privados, colheu provas, evidências, instaurou inquéritos, apontou para suspeitas de crimes graves, de corrupção passiva, ativa, de organização criminosa, de desvio de finalidade, mas a CPI não cuida de investigar. Aqui, apenas tentam desviar o foco, com depoimentos que não vão acrescentar nada no relatório final. Perde-se um tempo precioso que poderíamos estar utilizando para investigar”, concluiu Marcos Rogério.
Assessoria