O Ministério Público Federal (MPF) deu um prazo de cinco dias para que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos preste esclarecimentos detalhados sobre as acusações feitas pela ex-ministra e senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves (Republicanos) da prática de abusos sexuais contra crianças da Ilha do Marajó, no Pará. O prazo original para que as informações fossem apresentadas era de três dias a partir de 11 de outubro.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, “em documento enviado na noite desta terça-feira, 18, o procurador Carlos Alberto Vilhena cobra que o Ministério da Família apresente detalhes sobre cada uma das 5.440 denúncias que, segundo a atual ministra Cristiane Britto, foram recebidas pela pasta entre 2016 e 2022 envolvendo supostas ocorrências de estupro de crianças ou de tráfico infantil no estado do Pará”.
Ainda de acordo com Vilhena, a ministra Cristiane Britto havia pedido 30 dias para entregar as informações solicitadas pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, o que foi negado e ampliado para cinco dias. “Por outro lado, ele resolveu prorrogar para 30 dias o prazo para que a pasta apresente os detalhes sobre todas as denúncias recebidas envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis (e não apenas de crianças) em todo o Brasil, e não apenas no Estado do Pará”, diz a reportagem.
No documento, Vilhena solicita que todos os casos sejam esclarecidos, estejam tramitando ou não, além de cobrar o encaminhamento dado às denúncias. “A pasta enviou à Procuradoria apenas o suposto número de denúncias, sem apresentar detalhes”, ressalta o periódico.