O jornal Estado de S. Paulo, que apoiou Jair Bolsonaro indiretamente em 2018, ao dizer que era muito difícil escolher entre o professor universitário Fernando Haddad e o miliciano desclassificado que chegou ao poder, afirma, em editorial publicado nesta quinta-feira, que ele humilhou o Brasil ao falar de seu próprio pênis no Bicentenário da Independência.
“Em vez de festa da Independência, o País assistiu ontem a atos de campanha de reeleição no mais genuíno estilo bolsonarista. Jair Bolsonaro não propôs nada nem se comprometeu com algum programa de governo. Fez grosseria pública, chegando a comparar sua mulher, Michelle, com a do ex-presidente Lula. Eis o nível daquele que diz defender a família brasileira. Entende-se bem por que é tão alta sua taxa de rejeição entre as mulheres. Jair Bolsonaro simplesmente provoca asco. Para que não houvesse dúvida do seu caráter, ainda puxou um indecoroso coro a respeito de sua alardeada virilidade. Em respeito ao leitor, não reproduziremos aqui o que disse o presidente, mas é o caso de perguntar: há limites para este senhor?”, questionou o editorialista.
O jornal também destaca os crimes cometidos poe ele no 7 de setembro. “É preciso advertir, no entanto, que ontem o presidente Bolsonaro não apenas desrespeitou a dignidade do cargo e a natureza da festa cívica – o que por si só é lamentável. Não foi um deslize de quem é indiferente à civilidade e aos bons modos. Jair Bolsonaro infringiu a lei, seja porque se valeu da estrutura pública de um evento cívico para fazer campanha eleitoral, seja porque tentou de todas as formas usar o prestígio das Forças Armadas em proveito político-partidário”, aponta o texto. “A escandalosa violação das leis eleitorais promovida por Bolsonaro demanda uma punição exemplar.”