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10 outubro 2024

Desinfluência: o movimento que pode transformar as redes sociais

Você já ouviu falar na desinfluência? A ascensão dos influenciadores digitais nos últimos anos revolucionou a maneira como consumimos produtos e serviços. Com seus milhões de seguidores, essas celebridades das redes sociais têm o poder de transformar um produto desconhecido em um must-have da noite para o dia. Mas uma nova tendência está surgindo no mundo digital: os desinfluencers.

O movimento da desinfluência surgiu como uma resposta ao excesso de publicidade enganosa e à falta de transparência por parte de influenciadores, especialmente após o incidente que ficou conhecido como “Mascaragate”.

Em janeiro de 2023, a famosa tiktoker Mikayla Nogueira promoveu um rímel da L’Oréal, em um vídeo patrocinado, onde usou cílios postiços para exagerar os efeitos do produto. Esse comportamento desonesto foi percebido e a revelação de que ela havia manipulado os resultados gerou uma enorme reação negativa.

O incidente não apenas abalou a credibilidade de Nogueira, mas também alimentou um sentimento crescente de desconfiança em relação a influenciadores que promovem produtos sem honestidade, muitas vezes em troca de compensações financeiras.

O episódio acabou por catalisar um movimento maior, chamado de desinfluência, que já vinha ganhando força, com criadores de conteúdo como Michelle Skidelsky incentivando seus seguidores a não comprarem produtos desonestos ou superfaturados promovidos por influenciadores.

Essa tendência não parece ser só mais um modismo passageiro do TikTok. Passados 16 meses do seu surgimento, o movimento de desinfluência continua influente, conseguindo manter produtos recomendados fora dos carrinhos de compras dos usuários. Segundo um estudo recente encomendado pelo Intuit Credit Karma, ferramenta de monitoramento de crédito, e feito pela empresa de pesquisa Harris Poll, 69% dos usuários nos EUA afirmaram que pararam de comprar itens vistos no TikTok, Instagram ou outras plataformas.

O movimento da desinfluência também ganhou força no Brasil, com influenciadores posicionando-se contra o consumismo desenfreado e a publicidade enganosa. A atriz, influenciadora e ativista ambiental Laila Zaid é um exemplo de quem vem promovendo um consumo mais consciente em suas redes sociais.

Laila usa sua plataforma para questionar a obsessão com produtos de beleza e moda, desencorajando a compra de itens caros ou desnecessários, e promovendo um estilo de vida mais sustentável e financeiramente responsável. Ela fala abertamente sobre a importância de consumir com consciência, priorizando o meio ambiente e a saúde financeira, em vez de ceder às pressões das tendências ditadas pelo influenciador da vez.

Assim como Laila, outros criadores de conteúdo brasileiros também estão adotando essa postura. Outro exemplo é o influenciador Victor Oliveira, que critica publicamente marcas e produtos que considera não corresponderem ao valor ou à expectativa criados pela publicidade.

Ele também destaca como muitos influenciadores fazem parcerias com marcas sem, de fato, acreditar na qualidade dos produtos, criando uma cadeia de consumismo que prejudica os seguidores.

Esses desinfluencers argumentam que o consumismo exacerbado promovido nas redes sociais não apenas afeta o bem-estar financeiro das pessoas, como também impacta negativamente o meio ambiente.

Comprar produtos supérfluos, que são muitas vezes promovidos apenas por serem tendências, contribui para o aumento de resíduos e para a cultura do descarte rápido. Além disso, a prática de desinfluência incentiva a reflexão sobre o valor real de um produto, destacando que nem sempre o mais caro ou popular é o melhor.

A popularidade desse movimento reflete o cansaço das pessoas com o excesso de publicidade disfarçada como opinião genuína e a busca por maior autenticidade, transparência e ética nas redes sociais. Ele também revela a responsabilidade dos influenciadores em manter a confiança de seus seguidores, uma vez que suas recomendações têm um impacto significativo no comportamento de consumo.

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