O ministro de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou ao Broadcast Político que o edital deve ser lançado em janeiro. Com isso, os primeiros profissionais do Médicos pelo Brasil chegariam aos locais de trabalho em abril. A expectativa inicial era lançar a seleção em dezembro, mas o governo terá de avaliar o texto entregue pelo Congresso para decidir sobre eventuais vetos presidenciais e readequar o programa. "Mas nada que mude o espírito do texto", afirmou o ministro.
Mandetta acompanhou a votação no plenário do Senado. Nos dois últimos dias, ele negociou pessoalmente com deputados e senadores a votação da proposta. Havia risco de os congressistas deixarem de votar a MP e o programa perder a validade. "Os líderes viram que não votar e caducar significava adiar para 2021 a chegada da reestruturação dos médicos e isso seria prejudicar milhões de pessoas Brasil a fora", comentou o ministro. Se a MP perdesse a validade, pontuou, o governo precisaria esperar as eleições municipais para redesenhar o programa e lançar uma seleção de médicos.
De acordo com a MP, os cubanos poderão ser contratados por até dois anos na condição de intercambistas, ou seja, com a atuação limitada ao programa. A única exigência é que esses profissionais tenham permanecido no Brasil entre 13 de novembro de 2018 - data de rompimento do acordo - e 1º de agosto deste ano.
A MP tenta suprir a demanda de médicos no País, além de formar especialistas em medicina de família e comunidade. Ao todo, serão oferecidas 18 mil vagas, a maioria em municípios de difícil acesso e em áreas mais pobres de municípios do Norte e do Nordeste. A escolha dos municípios para os quais os profissionais serão direcionados seguirá critérios de população e número de cadastrados em programas sociais.