O esporte alagoano sofreu uma perda de grande impacto na tarde desta terça. Jornalista, historiador, ex-atleta e diretor do Museus dos Esportes, Lauthenay Perdigão morreu em Maceió por volta das 15h, aos 86 anos. Ele sofria de problemas cardíacos e estava internado desde a última quinta-feira em um hospital da capital alagoana.
De acordo com a família, o sepultamento será nesta quarta, às 11h, no Cemitério Parque das Flores, em Maceió.
Lauthenay jogou na base do CSA na década de 50, mas não seguiu a carreira profissional. Reforçou o time da imprensa. Brilhou no rádio e no jornal com seus “arquivos implacáveis” e ganhou enorme destaque. Sempre lutou pelas causas do futebol alagoano, ajudou crianças carentes através de projetos esportivos e colecionou grandes histórias. Ousado, fundou sozinho o Museu dos Esportes em 1993, no Estádio Rei Pelé, e costumava dizer que o espaço era “movido a carinho”.
– O museu para mim é tudo. Eu me aposentei como bancário quando eu pude criar o museu. Aquilo é tudo para mim. Sem contar que para os torcedores também é muito. Se chegam pessoas, chegam turistas, todos elogiam. Isso me deixa muito feliz… O que eu quero não é só mostrar o futebol de Alagoas, eu quero mostrar o futebol de uma maneira geral e os esportes amadores – disse Lauthenay há dois anos, em entrevista ao ge/AL.
“Seu Lau”, como era chamado pelos amigos, colocou o nome do craque Dida (Edvaldo Alves Santa Rosa) no museu e recebeu grandes astros do esporte brasileiro no local. Ex-jogador da Seleção, Nilton Santos, por exemplo, já fez por lá uma tarde de autógrafos. Juntou gente. O técnico Luiz Felipe Scolari também visitou o museu para procurar fotos dos tempos em que jogava pelo CSA.
A peça mais rara da coleção de Lauthenay foi a camisa que Pelé usou na final da Copa do Mundo de 1958. Por dificuldades para manter o museu aberto, ele precisou leiloar a camisa em 2004. Assim, conseguiu fazer a reforma que o espaço precisava.
Irmão caçula de Dida, Edson Santa Rosa falou sobre o amigo nesta terça.
– Consternação total. Lauthenay Perdigão do Carmo foi um dos maiores jornalistas de Alagoas. Amigo sincero da família Santa Rosa, parceiro e fã do Dida, a quem homenageou cedendo-lhe o nome do Museu de Esportes. Desnecessário se faz ditar elogios. Sua vida é testemunha de seu caráter, profissionalismo… Extraordinário pai de família, exemplar esposo e insubstituível homem do esporte. Impreenchível a lacuna que deixa. Que Deus o coloque juntinho dele e que console a grande perda da família.
Lauthenay Perdigão foi parte importante da memória do esporte alagoano. Neste dia 17 de agosto de 2021, clubes, torcidas, federações, imprensa esportiva e atletas se juntam para homenageá-lo. Um minuto de silêncio antes dos jogos vai ser pouco para o tamanho de seu legado.
G1/Por Redação do GE — Maceió