A Polícia Federal, em conjunto com o Ibama, deflagrou nos dias 24 e 25 deste mês, a Operação Oraculum, visando desarticular associação criminosa envolvida na extração ilegal de diamantes e madeiras de terras indígenas e também em outros crimes ofensivos ao meio ambiente, na Terra Indígena Roosevelt e Parque Aripuanã.
A ação é o resultado do trabalho de inteligência e de ações preparatórias realizadas desde o início deste ano.
A operação, que contou com a participação de 50 policiais federais, já resultou na apreensão de aproximadamente R$ 5 milhões em bens, segundo a PF. O trabalho teve o apoio de um helicóptero, que ajudou no transporte das equipes em locais de difícil acesso.
Durante os trabalhos, os policiais federais atuaram nos maiores e principais pontos de alertas de desmatamento e exploração garimpeira existentes no interior da Terra Indígena Roosevelt e Parque Aripuanã.
As investigações revelaram a atuação de grupo criminoso dentro das terras indígenas, com intensa atuação na extração de diamantes e transporte de madeiras ilegalmente retiradas das terras indígenas. Para o êxito das condutas criminosas, constatou-se que os investigados utilizavam um sistema clandestino de comunicação, através de rádios amadores, para alertar o grupo sobre a presença da polícia ou de órgãos de fiscalização ambiental.
Ao longo da operação, os policiais federais e servidores do Ibama apreenderam um caminhão, duas caminhonetes, duas espingardas, diversas munições, um motosserra, rádios de comunicação, duas motocicletas, um trator esteira, dois tratores, derrubaram 20 acampamentos, além da apreensão ou destruição de 17 motores utilizados para extração de minérios, duas escavadeiras Caterpilar, uma resumidora e três geradores, utilizados pelos criminosos para a prática de extração ilegal de diamantes, ouro e madeira no interior das Terras Indígenas. O valor destes bens apreendidos é estimado em R$ 5 milhões de reais.
Os investigados poderão responder pelos crimes de furto, receptação e associação criminosa, além do crime ambiental, decorrente de crime contra o patrimônio da União, na modalidade usurpação, garimpo de diamantes. Além desses crimes, os investigados responderão pelo delito de desenvolver atividade clandestina de telecomunicações.
As penas podem ultrapassar 20 anos de prisão, além da imposição de medidas patrimoniais para reparação dos danos ambientais causados.