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5 novembro 2024

Alemanha prende grupo extremista suspeito de planejar golpe para restaurar ideologia nazista

Em uma operação de grandes proporções, a polícia e o Ministério Público da Alemanha prenderam, nesta terça-feira (5), oito suspeitos de integrar um grupo extremista que planejava um golpe de Estado. A ação ocorreu em várias cidades do país, incluindo Leipzig, Dresden e Meissen, com o objetivo de conter o avanço de uma milícia que, segundo as autoridades, aspirava “estabelecer estruturas governamentais e sociais inspiradas no nazismo”. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornaThe New York Times, que investigou as atividades do grupo e alertou para sua organização e para a existência de células extremistas semelhantes fora do país.

Os detidos, autodenominados “separatistas da Saxônia”, mantinham uma ideologia racista, antissemita e apocalíptica. Desde sua formação, em 2020, o grupo vinha promovendo treinamentos com armas e disseminando teorias conspiratórias sobre o “dia X” – uma ideia popular entre militantes de extrema direita que acredita em um colapso iminente da civilização. De acordo com o Ministério Público, os suspeitos defendiam o “colapso da civilização” como meio para instaurar uma nova ordem, inspirada nos ideais nazistas. “A teoria do ‘dia X’ reflete uma crença no colapso político e social dos governos”, explicou um porta-voz da operação. Esse cenário fictício, segundo ele, justificaria ações radicais para tomar o poder.

Além das prisões na Alemanha, buscas foram realizadas na Polônia, onde o suposto líder do grupo foi capturado em uma cidade próxima à fronteira, e também na Áustria. As autoridades confirmaram que o integrante mais velho da célula, que pode enfrentar acusações de terrorismo doméstico, tem apenas 25 anos.

O caso também revela uma conexão com o contexto global do extremismo de direita. The New York Times analisou milhões de mensagens enviadas pelo Telegram, mostrando como ideias similares, sobre o “colapso da civilização”, circulam entre militantes de extrema direita nos Estados Unidos. Em algumas dessas mensagens, extremistas sugerem a possibilidade de reação armada caso Donald Trump não vença as eleições presidenciais, evidenciando a radicalização que transcende fronteiras.

A operação desta semana é mais uma tentativa das autoridades alemãs de combater o crescimento de movimentos extremistas no país, especialmente nas regiões que compunham a antiga Alemanha Oriental, onde o grupo pretendia estabelecer domínio.

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