O Fantástico deste domingo (5) revelou a prisão do criador de uma plataforma online para estelionatários. Paulo César Gomes da Silva Dutra, apelidado de Banucha Gomes, ficou conhecido como “Professor do Golpe Digital“.
“O investigado era tido como professor no ambiente digital, tendo em vista que ele fornecia ferramentas e transmitia conhecimentos em grupos fechados para a prática de novos delitos”, destaca Adriano Pitoscia – delegado da DIG/DEIC.
Entre os produtos vendidos por Banucha, estava o combo “Lara”, que oferecia uma conta bancária laranja, com direito a um cartão cartão de débito, por R$ 1.600.
Já o “Kit Bico” era mais completo e incluía: uma conta bancária já aberta, senha de acesso a plataformas de e-commerce, documentos falsos e cartões de crédito clonados.
“O Kit Bico nada mais é do que um conjunto de informações e dados pessoais de terceiros, como documentos de identidade, fotos. Conseguindo cartões de crédito, efetuar compra, toda a movimentação financeira”, explica o delegado.
Dicionário do Golpe
Banucha também criou um “dicionário do golpe”, no qual explicava termos usados por criminosos. Um dos principais conceitos era o termo “Lara”, uma abreviação de “laranja”, que se refere a contas bancárias em nome de terceiros para movimentar dinheiro obtido ilegalmente.
“Usar Lara com segurança. Que eu não recomendo ninguém usar conta pessoal tanto para enviar quanto para receber dinheiro nos trampos”, diz Banucha em uma gravação.
Investigação e prisão
A atuação de Banucha atingiu um público de mais de 50 mil pessoas e ele chegou a disponibilizar mais de 10 mil cartões bancários clonados para os clientes criminosos.
Depois de um ano e meio de investigação, Banucha foi preso em dezembro de 2024, no município de Rio das Ostras. Na casa dele, os investigadores encontraram drogas e duas armas com numeração raspada.
A perícia descobriu que Banucha tinha no computador um total de 180 mil cartões clonados. Segundo a polícia, o faturamento dele com seus alunos golpistas chegava a R$ 1,5 milhão por mês.
Procurada pelo Fantástico, a defesa de Banucha Gomes diz que “as acusações são infundadas e superficiais, sendo certo que todos os esclarecimentos serão devidamente prestados no curso da investigação.” A nota afirma também que ele “é primário, sem antecedentes criminais e está à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.”
Os sites de Banucha Gomes foram retirados do ar. Agora, a polícia tentar identificar e punir quem pôs em prática as aulas do crime.