O pastor bolsonarista Silas Malafaia pode ter envolvimento com os incêndios no Brasil. “Uma pessoa muito importante na convocação do ato de 7 de setembro na Paulista disse que ‘O Brasil vai pegar fogo'”, sinalizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (17), em Brasília (DF). A declaração do religioso ocorreu em agosto, quando ele usou as redes sociais, para convocando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) a um protesto marcado para o dia 7 de setembro. A Polícia Federal abriu 52 inquéritos, com o objetivo de apurar os motivos dos incêndios no país.
O Brasil enfrenta um grave panorama de queimadas e incêndios florestais em 2024. De janeiro a agosto, os incêndios atingiram 11,39 milhões de hectares, segundo dados do Monitor do Fogo MapBiomas, divulgados no último dia 12. De acordo com o levantamento, 5,65 milhões de hectares – área equivalente ao estado da Paraíba – foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que corresponde a 49% do total do ano.
Em seu discurso, Lula comentou sobre os incêndios. “No Brasil, não estávamos preparados para cuidar dessas coisas. Poucos estados têm bombeiros e brigadistas. A natureza resolveu mostrar suas garras e nos dar uma lição”, afirmou o presidente.
Nos últimos dois dias, o Brasil concentrou 71,9% de todas as queimadas registradas na América do Sul. De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13). Na sequência, aparecem Bolívia, com 1.137 focos (11,2%); Peru, com 842 (8,3%); Argentina, com 433 (4,3%); e Paraguai, com 271 (2,7%) focos de queimadas nas últimas 48 horas.
Considerando o acumulado do ano até ontem, o Brasil registrou 180.137 focos de incêndio em 2024, representando 50,6% dos incêndios da América do Sul. O número é 108% maior em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 86.256 focos entre janeiro e 13 de setembro.
Entre os estados brasileiros, Mato Grosso lidera o ranking, com 1.379 registros nas últimas 48 horas, seguido por Amazonas, com 1.205, Pará, com 1.001, e Acre, com 513 focos. O município com o maior número de queimadas no período foi Cáceres (MT), que teve 237 focos nas últimas 48 horas. Novo Aripuanã (AM) e São Félix do Xingu (PA) vêm logo atrás, com 204 e 187 focos de incêndio, respectivamente.
A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando 49% das áreas atingidas pelo fogo nas últimas 48 horas. Em seguida, vêm o Cerrado (30,5%), a Mata Atlântica (13,2%), o Pantanal (5,4%) e a Caatinga, com 1,9% (com informações da Agência Brasil).
Biomas e outras estatísticas
O Cerrado mais de 2 milhões de quilômetros quadrados (km²), cerca de 22% do território nacional, e está presente nos estados das Regiões Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), Nordeste (Maranhão, Piauí e Bahia) e Norte (Rondônia, além de partes do Amapá, Amazonas e Roraima).
A Amazônia Legal abrange nove estados: Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A floresta nessas unidades federativas representa mais de 5 milhões de km², cerca de 60% do território brasileiro.
O Pantanal tem mais de 200 km². O bioma do Pantanal tem 65% de sua área no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso, ambos na Região Centro-Oeste
(com informações da Agência Brasil).