Doenças cardiovasculares, como infartos, que continuam a ser a principal causa de morte no mundo, fazem todos os anos mais de 17 milhões de vítimas. E estima-se que esse número possa chegar a 23,6 milhões até 2030.
Apesar de o número de doenças cardiovasculares seguir aumentando, o índice de mortalidade por ataques cardíacos diminuiu significativamente, graças a medidas preventivas e melhores cuidados médicos de emergência.
Com a ajuda da inteligência artificial (IA), essa tendência deve ganhar ainda mais força no futuro. Isso porque a IA é capaz de detectar potenciais ameaças a tempo, e este é seu grande trunfo: a partir de uma variedade de dados de exames, a IA pode encontrar padrões ou irregularidades específicas com muito mais rapidez que os mais bem treinados profissionais.
Detectando infartos 10 anos antes de eles ocorrerem
No futuro, a IA poderia salvar a vida de milhares de pacientes com dores no peito e cujo risco de um ataque cardíaco não tenha sido detectado em uma tomografia computadorizada, muitas vezes, estreitamentos sutis nas artérias coronárias acabam passando batido nos exames mas, em caso de inflamação, podem se romper e bloquear as artérias, provocando um infarto.
Até recentemente, não era possível identificar com antecedência esses pacientes de alto risco. Agora, uma ferramenta de IA desenvolvida por pesquisadores de Oxford pode detectar mesmo as mais sutis anomalias nas artérias coronárias e prever o risco de infarto pelos próximos dez anos em um paciente com dores no peito.
Fruto de um estudo financiado pela British Heart Foundation, a invenção foi apresentada em um painel científico na American Heart Association na Filadélfia, Estados Unidos.
Identificação precoce de riscos
A IA não só detecta riscos mais rapidamente como, em alguns casos, o faz de maneira mais confiável do que o ser humano.
Também em meados de 2023, pesquisadores americanos apresentaram uma inteligência artificial que procura padrões suspeitos na curva do eletrocardiograma e é capaz de detectar obstruções perigosas nas artérias coronárias de uma forma mais confiável do que até mesmo cardiologistas experientes.
Se o perigo for detectado mais cedo graças à IA, os riscos diminuem. Muito antes que uma obstrução perigosa ocorra, é possível, através de um procedimento de rotina relativamente seguro, implantar stents no paciente – um pequeno cano de metal ou plástico que, levado até o ponto estreito do vaso sanguíneo, mantém ele permanentemente aberto, evitando o estreitamento e, consequentemente, afastando o risco de um ataque cardíaco.
Com informações do Metrópoles