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Porto Velho
15 outubro 2024

Em vídeo, filha de mulher morta por sargento da PM diz que tiro não foi acidental: ‘quero justiça’

A filha de Lindalva Galdino de Araújo, de 52 anos, usou as redes sociais para desabafar sobre a morte da mãe, assassinada e jogada no rio Madeira em Porto Velho. O suspeito do crime é Gilmar de Sousa Castro, sargento da Polícia Militar, que está preso.

O corpo de Lindalva foi encontrado na tarde de segunda-feira (4), em uma área do rio. Após ser preso, o sargento alegou que o disparo de arma acertou a esposa de forma acidental.

Quando soube da alegação do suspeito, uma das filhas de Lindalva, Elaine Araújo da Silva, gravou um vídeo para pedir justiça pelo assassinato da mãe e chorou bastante:

Boletim de feminicídio

O boletim da ocorrência do caso Lindalva foi registrado como feminicídio e ocultação de cadáver.

De acordo com o documento da delegacia, na segunda-feira (4) a Polícia Militar foi acionada para atender um desaparecimento e ao falar com Elaine, filha da vítima, ela disse aos PMs que a mãe estava sumida desde o domingo (3) e suspeitava que o padrasto tivesse a matado.

Segundo a filha de Lindalva, sua mãe ficou casada com o policial por cerca de 12 anos.

Diante da informação de Elaine, a PM se deslocou até a casa da vítima, na rua São José, no bairro Mariana.

Em frente à residência estava outras filhas de Lindalva, que relataram que a mãe não era de sair sem avisar e que elas só souberam do desaparecimento da mulher quando o padrasto, o sargento Castro, ligou para elas na manhã da segunda-feira. Ambas as filhas também desconfiavam que o padrasto havia matado a mãe delas.

Após ouvir as filhas de Lindalva, os PMs falaram com o suspeito, que naquele momento decidiu sair da casa para conversar com os policiais.

Ele disse que teria ligado no número 190, da PM, informando a situação e que, também, tinha ido até a delegacia do 6º Distrito Policial para fazer uma ocorrência de pessoa desaparecida, ainda no domingo.

Durante a conversa, o sargento autorizou a entrada dos PMs na residência. Lá dentro, Castro relatou que na noite de domingo (3) Lindalva, ele e algumas amigas ingeriram bebida alcoólica e que por volta das 20h as mulheres foram embora. Segundo ele, às 21h sua esposa teria saído para comprar cigarros e não havia retornado desde então pra casa.

Mesmo com o relato, a guarnição policial destacou no boletim que o comportamento do sargento causou estranheza, pois ele aparentava estar tranquilo ao contar sobre o sumiço da esposa.

Marcas de sangue pela casa

As filhas de Lindalva pontuaram aos policiais que a casa estava “muito limpa” para quem havia ingerido bebida alcoólica na noite anterior.

Os policiais entraram no imóvel e encontraram alguns vestígios que chamaram a atenção: havia um estojo de munições deflagrado e foram encontradas manchas de sangue na entrada do quarto e abaixo de uma mesa de canto.

Questionado sobre o sangue, o sargento Castro disse que era de um “gato que estava machucado”. Os policiais confirmaram que o animal realmente estava ferido e sangrava.

No entanto, os PMs continuaram as averiguações e encontraram, na parte de fora da casa, uma poça de sangue no chão. No varal havia uma calça jeans também com marcas de sangue.

Diante da situação, a guarnição perguntou ao sargento sobre “toda a aquela quantidade de sangue” e pontuado que não teria como ser apenas do gato de estimação.

Nesse momento o sargento confessou que estava na varanda de casa quando teria dado “um tiro acidental no pescoço da sua esposa”.

A vítima, segundo ele, estava sentada e, que após o disparo, tentou se levantar e andou alguns metros, mas caiu no chão.

O suspeito revelou ainda que a enrolou em uma lona, colocou o corpo no porta malas do carro, se deslocou até o ramal Maravilha e, às margens do rio Madeira, jogou o corpo de Lindalva em uma ribanceira.

Ele ainda disse que arrastou o corpo da vitima até a beira do rio. Depois o jogou no Madeira e ficou olhando até o corpo desaparecer.

Após ouvir o suspeito, a PM e o sargento Castro se deslocaram até o ramal Maravilha, no ponto onde ele disse que havia jogado o corpo de Lindalva.

O Resgate do Corpo de Bombeiro, a perícia e policiais civis da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Vida (DECCV) também foram acionados para acompanhar o caso.

No local indicado pelo suspeito, os Bombeiros mergulharam e acharam o corpo da vítima. Foi confirmando o feminicídio e a ocultação de cadáver.

Diante dos fatos, o sargento foi preso e levado à Central de Flagrantes.

Fonte:G1/RO

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