Um dos assuntos debatidos na reunião foi o ensino tecnológico oferecido pelo Seduc, que tem sido alvo de críticas e questionamentos por parte de famílias em vários pontos de Rondônia. Foram ouvidos relatos dos participantes denunciando a falta de preparação das escolas para essa modalidade de aprendizado aos jovens em diferentes regiões do Estado.
A Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) se reuniu nesta terça-feira (16) para debater alguns temas da área. O encontro contou com a presença do presidente da Comissão, deputado estadual Luizinho Goebel (Podemos) e dos parlamentares Delegado Camargo (Republicanos), Cláudia de Jesus (PT) e Dra. Taíssa (PSC).
Além dos deputados, a reunião contou com a presença da secretária estadual de Educação, Ana Lúcia Passini; a secretária-executiva da Seduc, Marta Souza Costa; e Danny Brasil, do setor de Mediação Tecnológica da Seduc; de forma presencial. Representantes do Sintero também estiveram no encontro. Alguns convidados participaram de forma online.
A deputada Dra. Taíssa foi enfática ao dizer que é contra o ensino online. Ela disse também que este modelo de educação pode ser válido em localidades remotas, porém, o que está se vendo é a implantação em escolas próximas dos municípios que poderiam ter um professor de forma presencial.
Transporte Escolar
Outro ponto levantado por Taíssa, foi com relação à falta de transporte escolar em vários estabelecimentos de ensino de Rondônia. Ela lembrou que na região de Guajará- Mirim muitos alunos ficaram sem aulas por falta de locomoção.
A secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Pacini, fez uso da palavra, onde reconheceu as deficiências de educação em Rondônia. No entanto, destacou que também houve avanços nos últimos anos na educação rondoniense. Segundo ela, hoje tanto os alunos das cidades como os do campo são tratados de forma igual.
Além disso, a secretária explicou que hoje Rondônia é destaque nacional quando se fala em educação mediada por tecnologia. Ela observou que alunos de lugares distantes, como Pedras Negras, no Vale do Guaporé, que por muito anos não tinham acesso ao ensino médio e, graças à educação tecnológica, estão podendo estudar.
“Antes tinham que ir para outros locais continuar os estudos. Além disso, temos problemas de contratação de professores. Fazemos concurso e não conseguimos preencher as vagas”, explicou.
Insatisfação
A deputada Cláudia de Jesus disse que por mais que se elogiem e mostrem números positivos da educação em Rondônia, que está na ponta não está satisfeito com o que está recebendo. Ela observou que no distrito de Nova Colina, a cerca de 35 km de Ji-Paraná, ocorre a educação tecnológica.
“Hoje muitos jovens estão vindo para a cidade em busca de estudo. Isso não é bom, pois tem um impacto social. Eles vêm para a cidade para trabalhar de dia e estudar à noite. Desde de 2017, quando começou a ser implantado, nós estávamos discutindo os impactos negatrvos disso e, até hoje, continuamos. Muitos pais continuam revoltados”, disse.
O delegado Camargo fez uso da palavra do ponto de vista da educação inclusive. Ele contou ser pai de um aluno especial, e questionou a secretária sobre o que a Seduc irá fazer para dar oportunidade de aprendizado a esses jovens. O deputado questionou ainda sobre como conciliar a educação tecnológica com crianças que são autistas ou possuem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH). A secretária explicou que um plano está sendo executado e discutido voltado para esses alunos, aguardando a homologação por parte do Tribunal de Contas.
Ao final da reunião, a Comissão de Educação pediu que a secretária apresente, em 90 dias, um plano de ação em relação às escolas de ensino tecnológico e também um prévio mapeamento dos locais que podem ter ensino presencial.