Na internet, influenciadores prometem prêmios em valores altos para quem começa a jogar. Porém, autoridades afirmam que é ilusão, mas muitas pessoas pelo Brasil estão caindo nessa.
A brincadeira baseia-se em formar uma combinação de figuras iguais. É um caça níquel, mas online.
Para fisgar as pessoas, influenciadores fazem propagandas fraudulentas do joguinho clandestino nas redes sociais, como a blogueira Paulinha Ferreira. Ela ganhava sempre e mostrava isso aos seguidores, mas a polícia “matou a charada”.
A Delegacia de Estelionatos de Maceió (AL) teve acesso a uma conta demo, que é usada normalmente por influenciadores para mostrar como é fácil ganhar esse jogo.
Ao usá-la, o usuário rapidamente ganha R$ 500 ou mais. É através desse recurso que os influenciadores ganham e comemoram nas redes. Quem vê se sentem motivado, mas quando jogam de fato, nada disso acontece.
Durante a investigação, a polícia encontrou conversas de tratativas entre influenciadores com agenciadores e as plataformas. Também foram obtidas planilhas em que eles demonstram materialmente como se dava esse acerto.
Pessoas que até um passado recente não tinham patrimônio, de repente se tornaram milionárias. Tudo isso, com recursos provenientes desse jogo, afirma o delegado-geral.
Paulinha Ferreira, por exemplo, ostentava carros importados e contava que tudo tinha sido comprado com o dinheiro ganho no jogo. Nesta semana, vários desses veículos foram apreendidos.
Para o delegado de estelionatos de Maceió, Paulinha faz parte de uma organização criminosa junto com outros 11 influenciadores e agentes. Um deles é o marido dela, Ygor Ferreira.
Os advogados dos influenciadores afirmam que não existe nos autos da investigação a comprovação da prática de qualquer conduta criminosa e que eles não podem ser responsabilizados por eventuais problemas que os jogadores tenham enfrentado com as plataformas.
Ela não foi a única, segundo a polícia de Maceió. Empresários da cidade perceberam que os funcionários estavam passando tempo demais no celular e o rendimento no trabalho começou a cair.
Em São Paulo, 60 de pessoas procuraram a polícia por causa do jogo do tigrinho clandestino. São mais de 500 boletins de ocorrência que foram elaborados que versam sobre esse tipo de contravenção penal, de acordo com delegado da 3ª Delegacia de Investigações Gerais.
Na estado, cerca de setenta perfis de influenciadores foram bloqueados. Já em Maceió, todos os investigados também não têm mais as redes sociais.
Além da divulgação por meio de influenciadores, em esquemas clandestinos, convites para o jogo do tigrinho chegam pelo Whatsapp e redes sociais, geralmente a partir de perfis falsos.
É ilegal?
Os jogos do tigrinho estão hospedados em plataformas clandestinas, não são auditáveis e não seguem regra alguma. É diferente das plataformas legalizadas de apostas, conhecidas como ‘bets’.
Algumas também oferecem o jogo. Estas, porém, têm operação sujeita a regras estabelecidas em duas leis:
- Lei 13.756/ 2018: Regulamentou as apostas esportivas;
- Lei 14.790/2024: ampliou o alcance da legislação, exigindo que as empresas tenham endereço no Brasil, definindo a tributação e incluindo os jogos online. Esta lei que está em período de transição, incluindo um processo regulatório conduzido pelo Ministério da Fazenda que termina no fim deste ano e vai estabelecer critérios técnicos e jurídicos para a liberação dos jogos online.
Em nota, a Associação Nacional de Jogos e Loterias afirma que: as casas de apostas sérias que atuam no Brasil estão se submetendo ao processo de regulamentação do mercado, ainda em curso, têm implementado medidas para prevenir vício entre apostadores, por meio da conscientização de que os jogos são para entretenimento, não para enriquecimento.
A associação declarou ainda que em relação a eventuais crimes cometidos por influenciadores que divulgam o Fortune Tiger, Jogo do Tigrinho, as leis têm regras claras de publicidade responsável. A nota também diz que o ” Jogo do Tigrinho” está numa categoria que pode ser operada por sites de apostas, desde que cumpridos alguns requisitos legais, como informar previamente ao jogador o fator de multiplicação do prêmio em caso de ganho na aposta. Ou seja, o apostador sabe antes o quanto pode receber.
G1