O deputado estadual paulista Felipe Franco (União Brasil), um bolsonarista que defende políticas favoráveis à truculência e à violência da Polícia Militar em São Paulo, votando inclusive contra a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos agentes e favoravelmente a pautas que beneficiam os integrantes da corporação, apanhou de PMs na noite de domingo (22), por conta de uma confusão durante o show do rapper norte-americano Chris Brown, e fez uma live chorando.
“Aê, rapaziada, é o seguinte… Tá ligado que eu sou de boa, né… Todas as pulseiras do rolê, a polícia deu um soco na minha cara, certo? Ó, tô aqui na sala, uma pá de polícia, mano, me tirando de louco… Aí, governador, apanhei, certo? Certo, governador? Apanhei e os caras fica lá, ó, vai fechar a porta aqui e vai matar nós, certo? Vai matar nós esses caras aqui na sala, certo, governador? Eu sou deputado, pai! Eu votei em todas as causas aqui, ó, em 2024, pra esses caras, caralho”, diz o deputado bolsonarista, com o olho e parte do rosto inchados por conta das agressões.
Na própria fala do parlamentar estadual extremista ele deixa claro aos PMs que “passou o ano todo de 2024 votando pelas causas deles”, o que naturalmente deveria deixá-lo imune a esse tipo de comportamento criminoso das forças de segurança. Só que não. Franco foi vítima daquilo que ele mesmo defende, uma PM livre para fazer o que bem entende, à margem da legalidade, sob o pretexto de terão bom senso para agir de maneira correta, sem ferramentas de transparência.
A esposa do deputado, Inaê Barros, também reclamou da ação dos policiais e seguranças no local do show. “É assim que tratam quem vem no show e vai mudar lado. Estávamos com todas as pulseiras, ela [segurança] nos deixou voltar e nos mandou pra fora batendo no meu celular e jogando no chão. Só viemos curtir um show”, disse indignada.