Cacoal – Nesta quinta-feira (4), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero) de Cacoal realizou uma assembleia extraordinária na sede da Regional Café, que abrange o município de Ministro Andreazza. Um grande número de trabalhadores em educação participaram do encontro, que teve como principal pauta a situação salarial dos servidores. A reunião foi conduzida pelo representante da Regional Café, professor Oto Braz Odorico.
O representante de Cacoal mencionou que o Sintero fez várias tentativas de negociar com o governo uma pauta de aproximadamente 32 itens, mas as discussões não avançaram devido à ausência da Secretária de Estado da Educação nas reuniões e à indiferença às reivindicações. No primeiro semestre, os trabalhadores decidiram iniciar um movimento grevista, mas a secretária Ana Lúcia Pacini prometeu reajustar as gratificações de técnicos e professores em junho. No entanto, a promessa não foi cumprida e a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) não forneceu explicações.
Durante a assembleia, os servidores questionaram a falta de compromisso do governo de Rondônia com a categoria. Foram discutidas as promessas feitas pelo governador Marcos Rocha durante sua campanha de reeleição, onde teve apoio declarado de grande parte dos trabalhadores da rede estadual de educação. No entanto, após um ano e meio de mandato, os trabalhadores relataram inúmeros atos do governo estadual que causaram grandes prejuízos à categoria.
Alguns professores e técnicos tomaram a palavra para detalhar os prejuízos sofridos. Eles destacaram que, no primeiro mandato de Marcos Rocha, o governo, com apoio dos deputados estaduais, aumentou a alíquota previdenciária dos servidores estaduais, resultando em perdas salariais significativas, inclusive para os aposentados que voltaram a contribuir para o Iperon após anos de contribuição.
Além disso, o governo cortou o auxílio transporte dos servidores e aumentou a alíquota do ICMS, afetando não apenas os trabalhadores da educação, mas toda a população de Rondônia. Os servidores apontaram que os únicos beneficiados pela gestão de Marcos Rocha foram os oficiais da Polícia Militar, de onde o governador é originário.
Na assembleia desta quinta-feira, os trabalhadores da Regional Café decidiram, por unanimidade, iniciar a greve nos primeiros dias de agosto, caso as promessas não sejam cumpridas. O sentimento entre os trabalhadores é de traição por parte do governo estadual, com prejuízos acumulando-se a cada mês devido à péssima política salarial e à falta de diálogo do governador e da SEDUC com a categoria. Além da Regional Café, as demais regionais do Sintero também decidiram retomar o movimento grevista após o recesso escolar de julho.