A Estação Ecológica Soldado da Borracha, situada entre Porto Velho e Cujubim, em Rondônia, está em chamas há mais de dois meses. A unidade de conservação, de proteção integral e responsabilidade do governo estadual, sofre com incêndios desde julho. Agentes do Prevfogo, durante o combate às chamas, encontraram áreas derrubadas e galões de veneno, indicando possível ação criminosa.
Os incêndios começaram no dia 12 de julho, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) só foi acionado em 8 de setembro, dois meses depois. A área total destruída ainda não foi divulgada oficialmente, mas o Sistema de Proteção da Amazônia estima que cerca de 163 mil hectares já tenham sido atingidos na região. A Estação Ecológica, criada em 2018 para preservação ambiental e pesquisa científica, possui cerca de 180 mil hectares, segundo informa o SGC.
Além da Estação Soldado da Borracha, o Parque Estadual Guajará-Mirim também enfrenta graves incêndios. De acordo com dados do Painel do Fogo, 107 mil hectares da unidade de conservação já foram destruídos, o que representa quase metade de sua área total. Esses focos contribuíram para que Rondônia registrasse um dos piores índices de queimadas dos últimos 14 anos.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o dia 18 de setembro, o estado registrou 8.407 focos de incêndio em 2024, o maior número dos últimos cinco anos. O recorde anterior foi em 2019, quando 9.370 focos foram identificados.
As autoridades ambientais intensificaram a fiscalização, com mais de R$ 262 milhões em multas aplicadas pelo Batalhão da Polícia Ambiental até setembro. Além disso, 970 pessoas foram presas, 42 delas por queimadas ilegais. No total, 1.926 ocorrências de crimes ambientais foram atendidas em Rondônia este ano.