O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, afirmou nesta terça-feira (24) que desconhecia a investigação contra Gusttavo Lima por suposta prática de lavagem de dinheiro ligada a jogos de azar, como apostas esportivas e cassinos online.
Marques foi um dos convidados para a festa de aniversário do cantor sertanejo, realizada em 3 de setembro, em um iate ancorado na ilha de Mykonos, na Grécia. No evento, também estavam presentes José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da empresa Vai de Bet, que são investigados pela Operação Integration.
Nunes Marques acabou viajando de carona no jato do empresário Fernando Oliveira Lima, seu “amigo pessoal”, segundo o magistrado. Ele é conhecido como Fernandin OIG das bets, CEO da One Internet Game. A empresa está entre as que pediram autorização ao Ministério da Fazenda para operar no mercado de apostas a partir de 2025.
Na época, a Operação Integration já estava em andamento e resultou, no dia seguinte, na prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra e de outros envolvidos.
O magistrado declarou que sabia das propagandas feitas pelo cantor para apostas esportivas, mas desconhecia as investigações em curso e a suposta ligação de Lima com jogos de azar, conforme indicou a Polícia Civil de Pernambuco.
“Cobrar que cada um de nós saiba quem estará num aniversário ou qual dos convidados está sob investigação, é surreal. Na maioria das vezes nem o investigado sabe. Quase na totalidade das vezes as investigações são sigilosas. O investigado não sabe que está sendo investigado. Não tem como saber”, disse ao Valor Econômico.
Marques ressaltou que a prisão de um dos presentes no aniversário ocorreu apenas na manhã do dia seguinte ao evento, quando ele já havia deixado a ilha. Segundo ele, sua participação foi apenas um bate-volta de Roma a Mykonos, pois estava na Itália para um programa acadêmico.
Vale destacar que Gusttavo Lima teve sua prisão decretada na segunda-feira (23) pela Justiça de Pernambuco, acusado de dar carona ao casal de foragidos e de supostamente auxiliá-los na fuga. Contudo, a prisão foi revogada no dia seguinte, terça-feira (24), pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão.