Os cassinos de Las Vegas, como o MGM Grand e o Caesars Palace, estão em vias de obter licenças para operar no setor de apostas online no Brasil. Além disso, o Hard Rock Cafe está atento às oportunidades de entrar no mercado brasileiro. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, essas gigantes do entretenimento não estão apenas interessadas no jogo digital: elas estão de olho em futuras oportunidades de abrir cassinos presenciais em destinos turísticos do Brasil, caso a regulamentação avance.
“Para nós, o jogo físico, caso venha a ser regulamentado no Brasil, é um caminho natural que a gente vai seguir para pedir uma licença também”, afirmou André Feldman, presidente da Caesars Sportsbook no Brasil. Feldman, que acompanha de perto o debate sobre a regulamentação das apostas no país desde 1996, representa o Caesars Palace no Brasil desde 2019, logo após a legalização das apostas online no governo Temer.
O Congresso Nacional voltou a debater a regulamentação de jogos de azar com o projeto de lei nº 2.234 de 2022, que visa regular o jogo do bicho, corridas de cavalo e cassinos. A proposta é uma versão do PL nº 442, aprovado na Câmara dos Deputados em 2022, após mais de três décadas de tramitação. A expectativa é que a votação no Senado ocorra em outubro, após as eleições.
O senador Irajá Abreu (PSD-TO), relator do projeto que propõe a regulamentação dos cassinos no país, afirmou em audiência pública que o texto está “maduro” e que o debate sobre as apostas online não deve atrasar a legalização dos cassinos físicos. Para ele, a aprovação da lei será um divisor de águas para o turismo brasileiro, com a criação de mais de 650 mil empregos e um incremento na receita nacional de R$ 74 bilhões. O secretário nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos do Ministério do Turismo, Carlos Henrique Sobral, corroborou essas previsões, estimando um aumento significativo no investimento em turismo.
Entretanto, a medida também enfrenta críticas, especialmente no que diz respeito aos impactos sociais. O psiquiatra Rodrigo Machado, especialista em dependência em jogos do Hospital das Clínicas, alertou para o risco de aumento da adição a jogos de azar, particularmente nos caça-níqueis, que estimulam fortemente o cérebro. “Os argumentos a favor da legalização do jogo vão na direção contrária dos critérios da saúde e da ciência”, disse Machado.