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21 novembro 2024

Prisão de facção que mataria Lula foi último ato da PF antes de indiciar Bolsonaro por golpe

prisão do general da reserva Mario Fernandes, ex-ministro-substituto da Secretaria-Geral da Presidência; dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira; e do agente Wladimir Matos Soares, nos quadros da própria corporação, foi o último ato da Polícia Federal (PF) antes de pedir o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e dos membros da organização criminosa (OrCrim) comandada por ele que articulou uma tentativa de golpe de Estado durante as eleições em que o “capitão” foi derrotado nas urnas pelo presidente Lula.

Os militares e o agente federal, segundo os investigadores, faziam parte de uma facção da OrCrim golpista encarregada de raptar e assassinar Lula e Geraldo Alckmin (PSB), presidente e vice eleitos, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no dia 15 de dezembro de 2022.

Após a prisão dessa facção, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, caiu em contradições e teria omitido informações em novo depoimento à PF, ocorrido na tarde desta terça-feira (19).

O militar será ouvido, desta vez por Moraes no STF, às 14h desta quinta-feira (21), enquanto os investigadores fecham o relatório sobre a OrCrim golpista que será enviado ao ministro e ao procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet.

O material apreendido na operação desta terça será periciado e, caso haja necessidade, a PF produzirá um relatório adicional com as novidades.

Indiciados

Na conclusão da investigação, a PF vai indiciar Bolsonaro e os ex-ministros e generais Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) como principais lideranças da organização criminosa.

Os investigadores vão  indiciar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira (que anteriormente era comandante do Exército), e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha que colocou as tropas à disposição do ex-presidente para desencadear o golpe.

Além de mensagens que ligam o ex-presidente à minuta golpista encontrada na casa de Torres e na sede do PL e os contundentes depoimentos de outros dois ex-comandantes das Forças Armadas, o general Marco Antonio Freire Gomes, do Exército, e o tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, pesa contra Bolsonaro a relação íntima com o general Mario Fernanes, seu ex-assessor que estaria à frente da facção que mataria Lula, Alckmin e Moraes.

Exatamente uma semana antes do dia 15 de dezembro de 2022, data marcada para desencadeamento do plano “Punhal Verde e Amarelo”, Fernandes se reuniu pessoalmente com Bolsonaro no Palácio da Alvorada entre 17h e 17h40.

“Após a visita ao Palácio da Alvorada, MÁRIO FERNANDES, mais uma vez, entrou em contato com MAURO CÉSAR BARBOSA CID, comemorando que o então Presidente JAIR BOLSONARO aceitou o ‘nosso assessoramento’ e noticiando o efeito da reunião entre os manifestantes golpistas”, diz a PF no relatório que serviu de base para a prisão do general da reserva, que até março atuava como assessor de gabinete de outro ex-ministro de Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello (PL-RJ), na Câmara Federal.

Segundo a PF, Fernandes atuava como “ponto focal” entre Bolsonaro e os manifestantes golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e teria ciência do primeiro ato golpista, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF na capital Federal.

“Assim, ressalta a autoridade policial que os contatos com pessoas radicalizadas acampadas no QGEX reforça que o General MÁRIO FERNANDES ‘possuía influência sobre pessoas radicais acampadas no QG-Ex, inclusive com indicativos de que passava orientações de como proceder e, ainda fornecia suporte material e/ou financeiro para os turbadores antidemocráticos’”, diz Alexandre de Moraes na decisão sobre os pedidos da PF.

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