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15 janeiro 2025
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Nikolas deve ser processado por vídeo com fake news sobre Pix e viralização suspeita

O vídeo divulgado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que acusa o governo Lula de planejar taxar transações via Pix, ganhou uma repercussão massiva e levantou sérias questões sobre seu alcance e conteúdo. O impacto da postagem colocou o nome do parlamentar entre os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) e no topo do Google Trends há dias.

Esse sucesso demanda investigação judicial para compreender os mecanismos por trás de tamanha viralização, considerando os possíveis usos de estratégias digitais que ampliam artificialmente o alcance de publicações. Elon Musk e Mark Zuckerberg já confessaram suas intenções.

Há suspeitas de impulsionamento artificial do vídeo, que acumula mais de 100 milhões de visualizações. Esse número é extremamente elevado, sugerindo que praticamente todos os usuários do Instagram no Brasil teriam assistido à postagem. A viralização ocorre em um momento de ataques da Meta à “censura” na América Latina, região frequentemente alvo de campanhas de desinformação e manipulação digital.

A punição de Nikolas tem de ser exemplar. É assim que funciona nos EUA quando celebridades cometem crimes. Nikolas junta várias meias-verdades e gera uma peça publicitária fraudulenta. Na gravação, em que ele aparece de camiseta preta e calça jeans sobre um fundo preto, ao som de uma música de terror, o deputado de extrema-direita sugere que as mudanças no monitoramento de transações eletrônicas pela Receita Federal teriam o objetivo de cobrar Imposto de Renda (IR) de quem movimenta valores que não tenham a origem comprovada. É mentira.

Embora chegue a dizer que o Pix não será taxado, declara que a medida está nos planos do governo federal. “Não, o pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, afirma, citando o episódio da Shopee.

Deputados bolsonaristas, como Coronel Assis (União-MT), também têm contribuído para a polêmica ao questionar publicamente a medida. “Será que o objetivo é taxar esse brasileiro que já paga imposto demais? Ou será que há algo oculto que não sabemos?”, insinuou Assis em vídeo compartilhado nas redes sociais.

Outros parlamentares, incluindo Júlia Zanatta (PL-SC), fizeram declarações inflamadas que ampliam a desinformação, conforme aponta uma reportagem do Estado de S. Paulo. Zanatta, em tom provocativo, sugeriu uma “revolta do Pix” e cunhou o termo “impixment,” insinuando que a normativa abriria caminho para a tributação de transferências via Pix no futuro.

Além disso, o conteúdo do vídeo reforça a necessidade de responsabilização. Embora Nikolas admita que o Pix não será diretamente taxado, ele constrói uma narrativa baseada na insinuação de que isso poderia acontecer no futuro. Esse tipo de abordagem gera confusão no público e dissemina desinformação, como apontado pelo governo federal e pela Febraban. Ambos reiteraram que não há qualquer mudança que imponha novas cobranças ou responsabilidades aos usuários do sistema de pagamentos instantâneos.

A mentira nos ambientes digitais, especialmente em temas de grande alcance como o Pix, distorce a percepção pública e alimenta desconfiança.

O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, destacou em sua posse que o governo está empenhado em combater fake news e melhorar a comunicação digital. Segundo ele, “não existe, pela Constituição, imposto sobre movimentação financeira”, desmontando os argumentos indiretos do deputado.

A viralização do vídeo ocorre em um contexto político explosivo, no qual a oposição utiliza a alteração nas normas de monitoramento da Receita Federal para lançar críticas infundadas ao governo. A instrução normativa número 2.219, que aumentou o rigor no envio de informações financeiras, foi mal interpretada e deturpada por setores que buscam explorar o tema politicamente.

A Justiça deve investigar não apenas a origem e o alcance do vídeo de Nikolas, mas também as motivações e estratégias utilizadas para espalhar informações falsas, garantindo a responsabilização de todos os envolvidos.

 

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