O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), sofreu mais um revés político após o Tribunal de Justiça do Estado (TJRO) julgar, nesta segunda-feira (3), procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI nº 0807386-88.2025.8.22.0000) proposta pelo Partido Liberal (PL), presidido no estado pelo senador Marcos Rogério. A decisão derruba a lei aprovada pela Assembleia Legislativa que permitia ao governador comandar o estado remotamente durante viagens ao exterior — medida adotada quando Rocha estava em Israel, ocasião em que pediu permissão para governar pela internet.
Com a norma invalidada, fica restabelecido o entendimento constitucional de que, em caso de ausência do governador, cabe ao vice-governador, Sérgio Gonçalves, assumir o comando do Executivo estadual. À época, a lei foi criticada por políticos e analistas, que consideraram a iniciativa uma tentativa de esvaziar as atribuições do vice, tornando o cargo praticamente simbólico.
A decisão do TJRO ocorre em um momento político delicado para Marcos Rocha. Na última semana, o governador enfrentou o anúncio de uma debandada significativa de lideranças que anunciaram a saída de seu grupo visando as articulações para 2026. O desgaste ocorre em meio a rumores persistentes de que o Palácio Rio Madeira estaria isolando o vice-governador Sérgio Gonçalves, que ganha força como pré-candidato ao governo e vem sendo cada vez mais procurado por lideranças políticas regionais.
Analistas apontam que, diante das circunstâncias, Rocha pode ter poucas alternativas além de reconstruir pontes com Sérgio Gonçalves, que hoje aparece em posição privilegiada no cenário político estadual, com avaliação positiva e crescente apoio.
A decisão fortalece a posição do vice-governador e adiciona mais pressão sobre o governador, que acumula desgaste político às vésperas de um ciclo eleitoral decisivo para seu futuro e para o grupo que o acompanha desde 2018.






