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27 novembro 2024

Governador falta debate do STB e Marcos Rogério tenta explicar nomeação da mulher na ANEEL

 O último debate entre candidatos ao Governo de Rondônia foi transmitido pela TV Allamanda, afiliada do SBT no estado, no sábado, 17.

Marcos Rocha, atual governador, foi cobrado pela ausência, encaminhou nota e acabou contestado pelos adversários.

No mais, dois grandes momentos sacramentaram o ápice da peleja retórica entre postulantes.

O primeiro deles foi protagonizado pelo deputado federal Léo Moraes, do Podemos. Em questionamento a respeito dos gargalos da CAERD [Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia] e o subsequente desabastecimento das cidades rondonienses, o deputado federal aproveitou para cobrar o congressista Marcos Rogério, do PL, a respeito de nomeações na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). As informações são do Rondoniadinamica.

Rogério teria encaminhado a nomeação da ex-esposa, e também de um de seus ex-assessores, de acordo com Moraes.

Léo Moraes (Podemos):

“[…] infelizmente colocou sua ex-esposa como diretora, na verdade, servidora, da Agência Reguladora da Energia Elétrica. Com altos cargos e altos salários. Inclusive temos alguém que era do seu Gabinete, o Fernando, que também faz parte da ANEEL, diretor da ANEEL. E é a Agência Reguladora que maltrata nosso povo. Que infelizmente, candidato, infelizmente tem crucificado a nossa gente. Que faz um jogo de três cantos, um bem bolado com a Energisa, e vocês sabem o que eu tô falando. […]”.

Marcos Rogério (PL):

“Léo Moraes, eu lamento que você reduza a mulher à condição de ex-esposa. Infelizmente ela não está para se defender. Não vou deixar você ofender a memória nem a honra da mãe da minha filha. É uma mulher honrada. É engenha, mestre. Alguém com o currículo que faz inveja a qualquer outra pessoa. E está lá por méritos próprios. Também em relação ao doutor Fernando Mosna, que você faz menção aqui. É um servidor concursado da AGU (Advocacia-Geral da União). E já passou inclusive pelo Estado de Rondônia. É mestre em Direito Constitucional, especialista em regulação, e um dos quadros mais respeitados do Congresso Nacional. Foi indicado pelo presidente Bolsonaro e teve o meu aval pela sua competência. Aliás, quero dizer: no meu governo quem tem bom currículo e pode oferecer bons trabalhos ao Estado de Rondônia terá oportunidade. Não serão hostilizados como faz o candidato Léo Moraes”.

Daniel x Léo Moraes

Outro momento-chave do debate da TV Allamanda foi quando o ex-governador Daniel Pereira, do Solidariedade, questionou Léo Moraes sobre o uso milionário do Fundão Eleitoral em sua campanha de 2022.

Para Pereira, o deputado é incoerente porque no discurso traz uma mensagem que não condiz com a prática. O membro da Câmara Federal se defendeu alegando que abriu mão de várias benesses enquanto congressista.

Daniel Pereira (Solidariedade):

“Léo, você fez uma pergunta embaraçosa para o nosso senador, espero não estar sendo embaraçoso pra você. Mas você era contra o Fundão e eu achava que iria disputar eleições com você em igualdade de condições. Hoje eu sou “duro” e você é o candidato mais milionário do processo eleitoral. Explica para nós essa incoerência, por favor”.

Léo Moraes (Podemos):

“A minha vida foi pautada na coerência, candidato. Por isso a gente consegue agir com transparência e não tem inquérito policial contra a gente, candidato. E é bom a gente registrar isso porque votei contra o aumento do Fundo Eleitoral em 2019, e em 2021. E sempre justificamos. Inclusive o nosso presidente vetou. E nós fomos e mantivemos o veto ao contrário do nosso colega que está aqui, o senador da República (refere-se a Marcos Rogério). Diante desse modelo que nós não temos clareza, clarividência, e isso sim nós temos que transformar dentro da reforma eleitoral, nós apresentamos emendas e respeito da necessidade de discutir. Se o modelo é distrital-misto, se o modelo requer que o investimento seja da iniciativa privada, empresarial, e a gente, lógico, sou o único candidato do Podemos ao Governo do Estado. E justamente por coerência que sempre marcou nossa vida pública nós somos respeitados, não à toa fui líder de partido. E nos últimos 30 anos nunca teve líder de partido dentro da Câmara dos Deputados. E a ssim a gente sempre seguiu a trabalhar, fazendo a diferença do lado certo da história. Contra mordomia, sim. Contra regalia, sim. E investigando os políticos que não coadunam com as boas práticas na administração pública. E por isso que um ou outro político não gosta da gente. Mas enquanto um não gosta e a sociedade estiver ao nosso lado, candidato, assim nós vamos trabalhar. Espinha ereta, cabeça reta e conversando abertamente com o nosso povo, com a nossa gente”.

Réplica Daniel Pereira:

“Deputado, eu adoro o senhor.  O senhor como pessoa é fantástico. Mas dizer pra mim que o senhor coerente porque isso, por causa daquilo, faz o seguinte: coerência é o senhor falar ‘olha, eu não aceito esse tipo de coisa, e eu vou pegar esse dinheiro e vou doar para o Hospital Irmãs Marcelinas, Hospital do Câncer, para uma instituição filantrópica’. Não dá pra você ter um discurso de manhã e uma outra prática à tarde. Então me desculpa, mas a sua incoerência é tão ruim quanto essa incoerência que o senhor está cobrando do seu colega de Senado aqui neste debate. Coerência é você ser contra alguma coisa e não fazer uso daquilo, principalmente para desequilibrar o debate político que estamos tendo aqui no estado neste momento”.

Mediador:

“O senhor tem mais vinte segundo caso queira usar”

Daniel Pereira (Solidariedade):

“E precisa? Pode até usar aí pra se defender…”.

Tréplica Léo Moraes:

“Candidato, coerência é quando o dinheiro é meu é eu fazer a diferença. Enquanto o senhor estava certamente escondido como o atual governador, durante a pandemia, durante 18 meses, eu doei metade do salário e compramos centenas de milhares de máscaras, milhares de álcool em gel. E tantas outras necessidades da população. Coerência é abrir mão do auxílio-moradia, que nós fizemos. O senhor provavelmente deve saber e é importante que o senhor saiba bem mesmo para que todos façam igual. Coerência é abrir mão do auxílio-mudança, do motorista, do carro, e de tantas benesses. Coerência é votar contra a criação do 14º e 15º salários na Assembleia Legislativa. Fui o único deputado que fiz isso. Votar contra o aumento de impostos. Isso é responsabilidade. E não ser investigado, a todo o tempo, por mau uso, e se não for mau uso do dinheiro público, por questões de danos ao meio ambiente. Falar é fácil: até papagaio fala. E nós estamos vendo aqui nosso colega de Congresso Nacional: fala que é a favor da população, mas tá ao lado da Energisa. Fala que é a favor do povo, mas tá com a família empregada na Agência Reguladora [acabou o tempo].

VEJA A ÍNTEGRA DO DEBATE:

 

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