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28 novembro 2024

Enfermagem faz greve para defender o piso e denunciar terrorismo dos empresários junto ao STF

Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o piso salarial da categoria, confirmada pela maioria do pleno na última quinta-feira (15), o Fórum Nacional da Enfermagem, que agrega entidades da categoria como a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), decidiu intensificar os preparativos da paralisação nacional marcada para a próxima quarta-feira, dia 21 de setembro, com duração de 24 horas.

Segundo Solange Caetano, representante da FNE no fórum e secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, o objetivo do protesto é denunciar o terrorismo dos empresários do setor e reforçar a pressão sobre o Judiciário.

“Nós temos muitos trabalhadores que ganham acima do piso, principalmente na capital. Mas, no interior, há várias cidades que estão pedindo para orientarmos como será a paralisação”, afirma a sindicalista. Ela também informa que haverá “uma grande manifestação de protesto na Avenida Paulista no dia 21”.

Na liminar que suspendeu o piso salarial, o ministro Luís Roberto Barroso definiu um prazo de 60 dias para esclarecimentos sobre o impacto financeiro da medida aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Jair Bolsonaro.

A pressão dos ricos empresários do setor foi pesada sobre o STF, afirmando que haveria quebradeira das empresas, milhares de demissões e piora dos serviços prestados à população. A mídia monopolista, como sempre, ajudou a difundir esse terrorismo patronal.

Enfermeiro ganhando um salário mínimo

Já as entidades dos profissionais do setor criticaram a falta de sensibilidade do STF.

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), por exemplo, recebeu com “surpresa e indignação” a decisão do ministro Luís Roberto Barroso.

“Todos os entes que ele diz precisar ouvir nos próximos 60 dias foram ouvidos quando a medida ainda estava tramitando na Câmara dos Deputados. É um trabalho importante para reduzir a discrepância nos salários pelo país. Tem enfermeiro que ganha um salário mínimo”, protesta Daniel Menezes, conselheiro do Cofen.

Para ele, a decisão é injusta. “Os dados apresentados por representantes de entidades privadas como possíveis demissões não têm base científica. Tudo isso já foi apresentado. Há um trabalho no Congresso para equacionar o subsídio. O Cofen vai se manifestar contra a decisão. Não vamos nos abater. Estamos surpresos, mas já trabalhando para garantir nosso direito adquirido”.

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