Publicações enganam ao sugerir que um vídeo que mostra uma pessoa preenchendo incorretamente o questionário de um entrevistado provaria que as pesquisas eleitorais são fraudadas. Segundo o instituto responsável pela pesquisa, os dados que aparecem nas imagens foram coletados na cidade de Machadinho D’Oeste (RO) e, posteriormente, descartados. A pesquisa foi produzida sob encomenda do senador Marcos Rogério (PL-RO), candidato ao governo de Rondônia, e não seria divulgada nacionalmente.
A publicação descontextualizada acumulava mais de 12 mil compartilhamentos no Facebook e milhares de visualizações no TikTok até a tarde desta sexta-feira (23).
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Um vídeo em que um homem diz que uma pesquisadora preencheu informações incorretas em seu questionário sobre intenção de voto vem circulando nas redes sociais de forma enganosa, para dizer que as pesquisas eleitorais são fraudadas. Embora o vídeo seja real, o levantamento que aparece nas imagens não é nacional, não foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e não seria divulgado: foi feito em Rondônia pelo instituto Previsão Pesquisa e Marketing e encomendado pela campanha do senador e candidato ao governo de Rondônia Marcos Rogério (PL), o que foi confirmado por ele ao Aos Fatos.
A empresa é registrada no Conre-7 (Conselho Regional de Estatísticos da 7ª Região), mas não possui nenhuma pesquisa eleitoral registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Contrato.
Nas eleições de 2022, a Previsão Pesquisa e Marketing só prestou serviços a Marcos Rogério
O senador enviou ao Aos Fatos um documento em que o dono da Previsão, Sebastião do Valle, afirma que a pesquisadora que aparece na gravação era uma funcionária nova que havia realizado apenas quatro entrevistas na cidade de Machadinho D’Oeste (RO). Após o ocorrido, a trabalhadora foi desligada da empresa, substituída por outra e os questionários dela foram descartados. Valle diz que os erros são um fato isolado. “Todas as medidas cabíveis para garantir a integridade da coleta de dados foram asseguradas e o resultado final do trabalho permanece imaculado e condizente com a realidade”, afirma
O Estadão Verifica também publicou uma checagem sobre o assunto.
Fonte: Terra/Estadão