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27 novembro 2024

Neto de Leonel Brizola diz que o papel do Ciro Gomes é dividir a esquerda e colocar Bolsonaro no 2º turno

Por Ricardo Nêggo Tom – Não há dúvidas de que as eleições deste ano serão de fundamental importância para o resgate da democracia das mãos do extremismo direitista e da barbárie social que o bolsonarismo representa. O voto útil em Lula, que tem sido defendido até por críticos do ex-presidente, e que tem recebido a adesão de boa parte do eleitorado de candidatos como Simone Tebet e Ciro Gomes, na verdade, se tornou um voto de sobrevivência para uma sociedade brasileira que há quatro anos vem sendo destruída sob a gestão do governo Bolsonaro. Fome, miséria e desemprego voltaram a atingir números alarmantes no país, levando milhões de pessoas a situação de extrema vulnerabilidade alimentar e social.

Neto de Leonel de Moura Brizola, um político que muito antes de se falar em pautas sociais e políticas inclusivas já as defendia em seus programas de governo, Leonel Brizola Neto considera que o momento é de unir forças contra o fascismo e acabar, já no primeiro turno, com a tragédia promovida por Bolsonaro como política de governo. Em entrevista ao programa Um Tom de resistência, na TV 247, ele também questiona o “pedetismo” de Ciro Gomes e o considera um elemento de divisão dentro da esquerda. “Alguém acha que um trabalhista autêntico teria sido funcionário do alto escalão da Vale? A origem embrionária do Ciro é da direita, e foi por ali que ele começou a sua vida política. E parece que os ”ciristas”, que nunca leram o livro escrito pelo Ciro Gomes com o auxílio do Mangabeira Unger, acham que eles inventaram a nova roda e que dali irá surgir todas as soluções para o país. Isso é uma grande cascata”.

Brizola Neto critica a arrogância e vaidade de Ciro Gomes, lembrando que a sua postura em nada lembra a do fundador do partido pelo qual ele disputa a presidência da República. “É lamentável o papel que ele representa. O meu avô Leonel Brizola ensinou que política não se faz com vaidades, não se faz com ressentimentos, e, muito menos, com ódio. Os trabalhistas são os primeiros a proporem aliança para impedir a direita de chegar ao poder, porque ela massacra o povo. Só que nesse momento, estamos lidando com a extrema direita. E ela, assim como a direita e como o fascismo, beneficia a burguesia. E o Brizola dizia que se a esquerda não se unisse, seríamos degraus de uma escada para a direita chegar ao poder. E por irresponsabilidade dessa extrema direita que chegou ao poder para com o povo brasileiro, estamos pagando um preço altíssimo. Fome, miséria, violência, subnutrição. Nós temos metade da população brasileira passando fome e ganhando um salário mínimo ou menos. É inaceitável para um país com tanta riqueza. De que adianta batermos recordes de produção e exportação no agronegócio se o povo está morrendo de fome?”. Mais contundente em sua análise, Neto entende que “Ciro Gomes está fazendo o papel de dividir a esquerda para colocar Bolsonaro no segundo turno. E isso nos faz correr um sério risco, porque os números de Bolsonaro vão aumentar no segundo turno, podendo chegar a 40%, e estaremos o qualificando como o grande representante da extrema direita na América Latina, o transformando numa oposição de fato e alimentando a sua bancada, o que nos faria perder a governabilidade”.

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